Letra
e Espírito
"A
letra mata, o Espírito vivifica".
Esta
sentença de Paulo pode aparentar, a um olhar apressado, uma oposição
irreconciliável entre a letra e o espírito, entre a linguagem
exterior e a realidade interior, entre a forma e o fundo, entre o
material e o imaterial.
No
entanto, a letra pertence ao Espírito como sua manifestação, como
seu modo de dar-se a conhecer no mundo, e como seu modo primeiro de
agir no mundo.
Que
impulso interior imenso deve ter fatigado os primeiros homens em seus
esforços iniciais de comunicação, atados aos sons inarticulados a
mais ocultar que exprimir os já obscuros volteios do pensamento, que
mal começava a despertar!
A
palavra estéril é fenômeno tardio. Surge quando os homens se
deixam embriagar pelas fantasias intelectuais, corroendo os
pensamentos com palavras vazias, em vez de preencher o seu falar com
pensamentos cheios de verdade e de sentido!
A
letra mal cuidada mata, mas a letra bem cuidada faz viver.
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