Eu sou o que fica, eu sou tua poesia.
O resto é tão somente carne fria
Que o sepulcro não guarda, pois o espaço
Não te oculta do tempo, o horrendo laço;
O teu cântaro-corpo foi rompido
O teu sangue-desejo foi bebido
Pela vida voraz, que agora é verme
Mas teu verso ainda é luz, jamais inerme,
Insepulto, resiste ao inexistir:
No que, teu, nele resta: eis-me aí
Já não sentes, já não fazes sentido,
Tu, e não Eu, partistes para o olvido."
Thiago El-Chami
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