Sefirat ha'Omer - Semana 1 Dia 7 - Malkuth de Chesed - Realeza na Bondade


 

Realeza na Bondade


Sefirat ha'Omer

Semana 1 Dia 7 - Malkut de Chesed


Malkut: Reino. É o mundo material. 

Reino do Bem... 

O Bem, quando reina, não é servido. Ele serve. 

Abole a servidão e instaura o serviço. 

Reinar não diz sobre prevalecer em cima dos outros.

O Reino do Bem diz sobre reinar em nossa própria Vida: nosso maior Bem. 

Não é sobre ter súditos, mas sobre não ser um. 

Quanto menos submeto os outros, melhor me assenhoreio de mim mesmo. 

Quem tem muitas posses, escravos e inimigos, é refém do que tem e de quem tem mais ainda.

Viver como Rei ou Rainha é espalhar liberdade. 

A cada vez que me liberto, liberto outros tantos ao meu lado.

A cada vez que ajudo alguém a se libertar, eu também me liberto. 

Não há nada mais sólido que uma liberdade em meio a outras.

Onde não há escravos perto de ti, não há senhores para te submeter. 

Escravos de outras pessoas, ou da dor, do trabalho, da doença, da fome ou da guerra. 

"Age como se, ao mesmo tempo, fosses senhor e súdito num reino de vontades livres e racionais" (Kant). 

Assim age o Misericordioso.  

A Bondade que alcança a sua Realeza se revela como Misericórdia. 

Os judeus usam a mesma palavra (Tzaddik) para nomear o Justo e o Misericordioso. 

Quem age com Misericórdia não é um ser glorioso: está sendo apenas justo. 

Quem dá a quem não tem está reparando um desequilíbrio.

Para o Tzaddik, quem não tem é o senhor, e ele o servo. 

Por isto, doa a partir do lugar da humildade. 

Quando dou, não sou melhor que quem recebe.

Se eu estivesse no lugar do outro, quase sempre faria pior. 

Dou em respeito à dignidade daquela Vida. 

Dou em agradecimento por não precisar passar por aquela prova.  

Não sou melhor quando dou: continuo o mesmo.

Mas sou pior quando não dou. 

Quem julga ao dar, não está dando (o pão), mas atirando (a pedra).

Só não é pior do que quem não dá e só julga. Este só tem pedras, na mão e na alma. 

Alma faminta. 

Aquele que estiver sem fraqueza que aponte a fraqueza alheia. 

O justo se sabe fraco e faminto. Ele tem fome e sede de Justiça. 

Por isto, a Misericórdia. Ela só sabe duas coisas:

Que todos precisam do Bem e ela também. 

Por isto, ela precisa fazer o Bem. E faz. 


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