A questão fundamental da Ética segundo Moore

O filósofo estadunidense George Edward Moore inicia o seu magnífico Principhia Ethica de modo bastante condizente com o título da obra: do alicerce, do fundamento, do ponto de partida. Do princípio. Antes de dedicar cem minuciosos parágrafos à tentativa de conceituação do que é o ‘ético’, ele precede a sua investigação por um prefácio destinado a delimitar a questão fundamental da Ética. Qual seria ela?

Para ele, não se trata (ainda) de saber quais são as ações que devem ser praticadas, os fins a serem perseguidos ou os meios pelos quais lográ-los. Todas estas importantes reflexões decorrem de uma outra, ainda mais basilar: “quais são as coisas que têm valor intrínseco, que devem existir por si mesmas, que são boas”? No seu modo de entender, a partir da resposta a este questionar prévio é que se colocarão as bases para a solução de todas as demais perguntas da Ética Filosófica.

Obviamente, um observador atento poderá contrapor uma indagação: o ético compreende as coisas que possuem as características acima indicadas, ou será o contrário? Será que o que possui valor intrínseco só o possui por ser ‘ético’? Só deve existir necessariamente o que é ético? Só é bom o que é ético?


Moore optou pela primeira alternativa. 

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