A Era da Estupidez

Na Era da Estupidez
Pouco importam Paz e Bem:                        
Critico o que o outro fez
Faço igual e vou além;
E ao que falta solidez
Eu vou destruir também!
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Na Era da Estupidez
A cada tenso episódio
Acrescento, à minha vez,
Mais veneno, enxofre e sódio
Minha Ação é Acidez:
É a Política do Ódio!
.
Na Era da Estupidez
Julgo tudo e, pois, por nada;
Justiceiro dos porquês,
Minha balança é a espada:
Serei justo no outro mês...
Justiça despedaçada!
.
Na Era da Estupidez,
A escuta eu dispenso;
Dialogar, pra quê? Não vês
que ele não pensa o que eu penso?
Na Ética da sordidez
todos brigam: eis o consenso!
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Na Era da Estupidez
Tenho que fazer o Mal
antes dele, pois, talvez,
ele o faça: eis a Moral...
Um do outro é então freguês
Nesta infâmia sem final!
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Na Era da Estupidez,
Uma cidadania caprina
Sem nem contar até três,
A patada mais ferina
Neste inferno em que viveis
Quem é o diabo? Imagina...
.
Na Era da Estupidez,
Este é o derradeiro instante...
Há de vir a Lucidez:
Luz ao crânio, luz pensante?
Luz de urânio, hediondez?
Luz estupidificante...
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Thiago El-Chami

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