O Elemento Ar e a Alquimia - a Sublimatio


Engana-se quem pensa na Alquimia como uma antiga arte pseudocientífica de transformação de coisas em outras coisas. 

Sob a face dos processos materiais exteriores, escondia-se um universo de operações e transformações psicológicas e espirituais. 

Assim, tratava-se de transmutar terra (Instintos), água (Sentimentos), ar (Pensamentos) e fogo (Intuições) uns nos outros quando necessário.  

A operação de converter terra em ar é chamada sublimatio.

Uma substância dita inferior se transforma numa superior em movimento ascendente. 

Com isto, se pulveriza aquele conteúdo interno ou externo que era sólido até então. 

Uma raiva visceral ou paixão avassaladora são elevados ao plano da contemplação mais distanciada do outro.

Um problema desafiador é elevado ao pensamento abstrato e então visto como um caso particular de uma classe de situações que já sabemos lidar. 

Quando, na forja, a matéria era aquecida até o limite, o alquimista via um pássaro branco se libertar e voar. 

E você, como costuma sublimar seus problemas? Você faz isso, ou prefere sempre lidar com o concreto, quebrando bloqueios, destruindo empecilhos, lidando com o que é denso?

Na outra ponta, sublimar demais também é nocivo, imaterializa tudo, dissocia da vida, aliena a consciência e abre as portas para a doença mental. 

Se o que a gente não resolve na mente, somatiza, o que é do corpo e não é aí resolvido, psicotiza. 

Por isto, o lema é o processo completo: solve et coagula, sutiliza para elaborar mas depois materializa para resolver, se for uma questão material. 

Ou então, materializa para liberar com o corpo se é uma questão psicológica, mas depois traz novamente à consciência para ser resolvido e virar aprendizado. 

 

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