Em todo caso, Ramatís
esclarece, na obra Elucidações do Além,
que todo médium possui um desacoplamento
estrutural do períspirito em relação ao corpo físico.
O períspirito do
médium é congenitamente inclinado para a esquerda, a partir do eixo vertical do
baço, formando um ângulo de 23°30’ em relação ao eixo vertical do corpo físico.
Ou seja, ele é levemente ‘’caído’’ para a esquerda.
Tal inclinação
estrutural permite-lhe maior penetração no mundo espiritual, conferindo-lhe uma
aptidão potencial mais intensa para o intercâmbio mediúnico.
7.1. Sim, o médium anda com a
cabeça ‘’nas nuvens’’...
Se formos
ilustrar com uma imagem, digamos que, como este ângulo de 23°30’ é bastante
pequeno (menor que o ângulo que você forma quando afasta seu dedo indicador do
dedo médio). Na prática, o períspirito fica praticamente acoplado do abdômem
pra baixo (no vértice do ângulo), sendo maior o afastamento na parte de cima,
com um maior desencaixe entre a cabeça do corpo físico e a sua contraparte
perispiritual.
O médium,
portanto, tem a sua ‘’cabeça perispiritual’’ mais desacoplada que o resto do
seu períspirito. Na linguagem do povo, não digamos, pois, que ele tem ‘’um pé
lá e um pé cá’’, e sim ‘’uma cabeça na Terra e outra nas nuvens’’.
7.2. Toda dedicação é premiada:
quem desacopla, sofre menos.
Já adiantando
uma das cerejas do bolo, é esta a razão pela qual o desenvolvimento mediúnico
acarreta a diminuição da sensibilidade física do médium em face do sofrimento
perispiritual do desencarnado.
No começo do
processo, os centros de força abdominais (os chacras do baço, umbilical e
epigástrico) participam mais ativamente do processo comunicativo mediúnico: há
maior interação entre tais chacras do médium e tais chacras do desencarnado.
Como esta parte do períspirito do médium está mais acoplada, ele sente maiores
ressonâncias no corpo físico.
Com o
desenvolvimento, a ligação passa a ser feita predominantemente com os chacras
superiores (laríngeo, frontal e coronário): como esta parte do períspirito está
mais desacoplada do médium (sobretudo, no médium desenvolvido, e mais ainda no
médium que está desacoplado durante a comunicação), eis que a sensibilidade
corporal diminui.
7.3. Quem já fez uma cirurgia,
sabe do que estou falando
A diminuição da
sensibilidade pelo desacoplamento perispiritual não é novidade pra ninguém. Se
você já fez uma cirurgia, ou conhece alguém que fez, sabe que a anestesia geral
leva à completa insensibilidade à dor. Isto ocorre por uma razão simples: ela
provoca um desacoplamento perispiritual profundíssimo.
O grau de desacoplamento
causado pelo procedimento anestésico chega a superar o do sono físico.
Adiantando um tema que será novamente tratado mais à frente, a explicação pra
isto está em que a anestesia geral desacopla, inclusive, o corpo etérico, ao
passo que, no sono físico, tal processo não ocorre, ao menos não totalmente.
7.4. Um pouco de geografia: a
Terra também é desacoplada...
Quem se lembra
das aulas de geografia, sabe que tal inclinação do períspirito (23°30’) é a
mesma inclinação do eixo imaginário da Terra em relação ao plano da eclíptica,
que é o plano imaginário da órbita da Terra em torno do Sol (lembra que o globo
terrestre da escola é meio torto?).
Isto faz com que
o pólo norte geográfico também seja um pouco ‘’caído’’ para a esquerda, e isto
o desacopla em relação ao polo norte magnético da Terra, que permanece na
vertical imaginária da eclíptica.
É por haver um
desacoplamento entre pólo norte físico e o pólo norte magnético da Terra que o
períspirito do médium necessita desta angulação estrutural. Afinal, o
períspirito é uma complexa organização fluídica de natureza magnética, de modo
que, para o exercício eficiente de operações sutis (como o intercâmbio
mediúnico), se faz necessário que ele esteja alinhado com a direção norte-sul
do campo magnético da Terra.
7.5. Desacoplamento estrutural e
desacoplamento operacional
Não se entenda,
porém, que, se não houvesse a inclinação do eixo da Terra, não haveria
desacoplamento mediúnico. Haveria sim. A diferença está em que ocorreria
somente o desacoplamento operacional,
isto é, durante o exercício da atividade mediúnica, não precisando existir um desacoplamento estrutural.
Além do mais,
tal desacoplamento estrutural pode variar conforme algumas circunstâncias.
Assim, alguém que reencarnou com a tarefa da mediunidade e não a queira ou
possa desenvolver, pode sofrer uma operação de reacoplamento estrutural do períspirito, diminuindo esta inclinação
congênita, num processo de atrofia
mediúnica. Por outro lado, alguém que assuma profundamente o compromisso de
servir ao próximo através da porta abençoada da mediunidade, pode receber a
operação inversa, adquirindo posteriormente este desacoplamento estrutural.
7.6. O médium e a bailarina.
Outra comparação
pode ajudar aqui. Imaginemos o desenvolvimento mediúnico como o desenvolvimento
da flexibilidade da bailarina que, mediante exercício e dedicação, adquire
maior capacidade de alongamento corporal, até chegar à condição de realizar o spacatta, isto é, a total descida do
tronco ao solo com as pernas afastadas em ângulo de 180°.
Do mesmo modo, o
médium atrofiado se compara à ‘’bailarina enferrujada’’, que deixou de realizar
o movimento e deixou, inclusive, de se preparar para ele, perdendo, aos poucos,
a condição de fazê-lo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário