Disciplina no Fundamento - Sefirat ha'Omer Semana 6 Dia 2 - Geburah de Yesod


 Disciplina no Fundamento


Sefirat ha'Omer

Semana 6 Dia 2 - Geburah de Yesod


O grande filósofo Hegel certa vez enunciou uma estranha verdade:

"O Espírito é a capacidade de permanecer junto a si mesmo na absoluta dilaceração". 


Para compreendê-la, comecemos pensando no que não permanece, no que foge

quando a dilaceração se apresenta. 


O Corpo, por exemplo, a partir de um certo limite, abandona a vida quando dilacerado. 

Organismos desligam diante de uma dor insuportável.


A mente também nos abandona quando a dor psíquica é superlativa.

A razão se apaga, a sanidade se dilui, a loucura aparece. 


Corpo e mente se guiam pela busca do prazer e pela fuga da dor. 

O Espírito não. 


O que é verdadeiramente espiritual em nós se apresenta a tudo o que é. 

Luz e treva, bem e mal, prazer e dor. 


O espírito reafirma sua essência nos momentos de testemunho.

Pense nos cristãos atirados aos leões, nas bruxas às fogueiras.


Raramente, algum deles renegava sua fé em meio à dor mais torturante. 


Hegel chega a completar adiante: "o Espírito é a capacidade de transformar o negativo em ser".


Trocando em miúdos: a treva em luz, o mal em bem, a morte em dádiva, a traição em bênção.


Para isto, ele abraça, aceita, recebe o que se apresenta. E então o transforma, transformando-se primeiro. 


E ele só transforma a si mesmo e depois ao mundo porque não se abandona. 

Porque permanece junto a si mesmo. 


Mas o Espírito não permanece junto a si somente na prova, na ruína, na perda. 

Ele é permanência, encontro, escuta interior permanente. 


Ele também não foge quando a felicidade chega. Quando há redenção ou calmaria.


O quanto há de permanência e lealdade a mim mesmo em minha vida, é o quanto há de Espírito nela. 


Da mesma forma, não fujo somente quando tudo se dilacera.

Hoje, mais do que nunca, fugimos quando tudo ainda está bem. 


Fugimos pelo prazer, pelo lazer, pela distração, pela rotina. 

E aí, claro, quando a dilaceração nos visita, é que temos ainda mais dificuldade de voltar. 


O quanto você consegue permanecer junto de si mesme?

O quanto você se recorda de quem é? Se recorda do que quer fazer aqui?

O quanto você tem aprendido sobre resiliência?


Thiago El-Chami

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