Mater Sublimissima

Quando tenro bebê, como eras bela!
Obra-prima do amor e do desvelo
Do olhar meigo à voz doce, e a tez singela,
a tua beleza estava em não sabê-lo.

Ontem, moça feliz, jovem donzela,
toda então graça e dom, ternura e apelo,
qual se foras do gênio a última tela
foste tão bela o quanto pôes sê-lo.

Hoje, posto que és mãe, teu esplendor
já não só forma externa: íntimo amor,
brilha dando a outro ser tua boniteza

E eis que um dia, ao cumprir-se a tua passagem
serás Idéia onde ora tu és Imagem:
mais que bela, tu me hás de ser Beleza.

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