Urano, Netuno, Plutão – aspectos míticos, astronômicos, cabalísticos.


1 - Urano 

Antes da descoberta de Urano, a segunda esfera da Árvore da Vida, Chocmah, era relacionada ao Zodíaco como um todo, no sentido de uma plenitude infinita de possibilidades.

A entrada em cena do planeta não mudou o quadro. Afinal, Urano é o céu mitológico dos gregos.

Assim, ao trazer em si todas as possibilidades, Urano em certo sentido representa o Caos, mas o Caos criador, a mudança revolucionária, a sabedoria que liberta, as novas possibilidades do mago.


Urano se liga aos arquétipos de Iansã, Oya, Santa Bárbara, bem como a Nut, a divindade egípcia dos céus.

2 - Netuno

Netuno, por sua vez, corresponde à mais elevada esfera da Árvore da Vida: Kether, a Coroa. 

Astrologicamente, Netuno é o planeta relacionado à espiritualidade e à transcendência, à dissolução da individualidade, à integração ao Todo. 

Por isto, miticamente, está articulado a deuses distantes, de vastidões ou profundezas, como Netuno e Poseidon.

Também se liga a arquétipos de pureza como os querubins da angiologia católica, e os erês ou crianças da Umbanda e do Candomblé.

Inicialmente, antes da descoberta de Netuno, Kether era correlacionado ao que estava para além do Zodíaco, para além do céu visível, do universo observável. 

Com sua descoberta, a relação de significância se mantém, sendo que Netuno incorpora as idéias de transcendência e espiritualidade metafísicas, já compatíveis com o arquétipo da divindade que deu nome ao planeta, não por acaso...

3 -  Plutão

Plutão, último astro a ser conhecido dentre os tradicionais, embora hoje rebaixado à condição de planeta-anão na Astronomia, ainda mantém dignidade de planeta na Astrologia. 

Até o início do século XIX, Saturno ainda era o confim do Sistema Solar. Representava o limite, bem coarctado com a esfera Binah da Cabala. 

Contudo, a aparição de Urano, Netuno e Plutão mudou o quadro. Este último passou a ser o grande limitador na Árvore.

No entanto, seria de perguntar como isto é possível, já que Netuno corresponde a Kether, à sephira mais elevada. A resposta, porém, é simples: Plutão equivale a Daath, a sephira secreta (para muitos, uma não-sephira), o famoso fruto proibido da mitologia do Gênesis. 

Daath é o abismo que separa as sete esferas Humanas (de Malkuth a Chesed), até as 3 esferas divinas. 

Neste sentido, Plutão herdou o restritivo de Saturno, mas num sentido ainda mais visceral. Ele representa não as dificuldades, mas as grandes regenerações, as mudanças drásticas que descortinam um novo ser.

Se Saturno convida à mudança, a exige, Plutão a provoca inescapavelmente. 

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