Livro dos Espíritos - Livro I - 2 – Eternidade e Tempo: a Criação enquanto realidade temporal


Na visão espírita, portanto, o Universo não é uma Realidade Eterna. É um fenômeno no Tempo. Ainda que, eventualmente, não tenha fim (questão que será apreciada mais adiante), ao menos teve origem.

Não por acaso, ao longo de todo o Livro Primeiro, fala-se em princípios. É comum identificar princípios e causas (Aristóteles já fazia isto). Mas, a rigor, princípios são causas de um tipo especial: são causas que dão origem, que fazem ser.

Só identifica causas e princípios aqueles que admitem que tudo teve origem. Tal é o caso da Doutrina revelada pelos Espíritos.

Além desta primeira conclusão, uma outra percepção já se impõe de saída. O Universo não é apenas uma Realidade Temporal, um Fenômeno. É um fenômeno de uma classe especial: não é algo que surgiu e se constituiu por si mesmo, mas uma Criação. Obra de um autor.


Isto, porém, não resolve nosso problema: apenas o prefigura mais precisamente. Toda uma série de importantes reflexões a respeito da natureza da Criação divina se apresentam a nós. Precisamos, de saída, analisar se a prórpia palavra Criação é adequada para o que aqui tentamos compreender. E devemos decidir até que ponto a criação humana serve de parâmetro ou analogia para tanto.  

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