Judgebook

O Facebook deveria se chamar Judgebook.
A maior parte do tempo, não exprimimos ali o nosso ser, a nossa face. Arrotamos julgamentos sobre tudo e todos - do vizinho ao político. Fazemos do Outro um eterno réu.
Achamos que criticar, apontar, acusar (em suma: julgar) é demonstrar inteligência, estilo, conhecimento e valor pessoal.
Mas.
Não há nada mais desinteligente que a mera crítica. Inteligência é ação, é proposição, e criação. Olha para o que há por fazer, e mais: sempre já está fazendo. Inclusive ajudando quem caiu a levantar, quem errou a acertar. E tirando dos fatos observações sobre si mesmo, ensinamentos, e não sentenças para o outro. Inteligir é trazer pra dentro.
Não há nada mais impessoal do que condenar e punir o outro a partir do nosso umbigo: é o que fazemos quase que do acordar ao dormir - na fofoca, nas ouvidorias, no castigo aos nossos filhos, nas D.R.s.
Não há atitude mais desprovida de conhecimento que julgar. Julgar é justamente isto: concluir sem ter conhecimento. Com pressa, com raiva. É concluir a partir de nós mesmos. É falar de si achando que se está falando do outro.
Não há nada mais desvalioso que a mera crítica, pois ela gira unicamente em torno disso: do desvalor, do mal e do erro. Não cria valor nem para si nem para o outro.
Somos seres criadores. Mas passamos a maior parte do tempo pensando, sentindo e falando destrutivamente. A destruição que vemos por toda a parte é somente exteriorização disto.
Aliás, uma das formas de destruição a fogo lento se chama Corrupção. Não só a dos políticos. Mas a dos costumes, das palavras, dos sentimentos, das idéias, dos estereótipos, do respeito ao outro. Começa pela corrupção do pensamento e da palavra.
Que lado escolhemos: criar e preservar, ou destruir e corromper? Começa por aqui, em nossas mãos, nossa língua, nosso coração e nossa cabeça.

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