Ditos e Escritos V - Primeira crise da psiquiatria criminal e as novas hipóteses explicativas

O devir do pensamento e da prática sociais em torno da loucura e do crime modificou o panorama descrito anteriormente. A monomania homicida foi abandonada por outros tipos de explicações genéticas, por uma patologia lastreada em fases e modos.

Com o advento da teoria da Darwin, as explicações evolutivas ganharam força, não só no campo das coletividades como dos indivíduos. Assim, em vez de explicar uma doença mental como um quadro fixo, pode-se observá-la como um processo. E, em vez de a enxergar como um mal superveniente, pode-se também apreciá-la, em certos casos, como uma atrofia ou uma interrupção nocivas de um processo de desenvolvimento.

Assim, surgem teorias como:

a)      Loucura moral – doença específica que ataca o senso moral mas deixa inteligência e outras faculdades mentais intactas;

b)      Loucura instintiva – doença marcada pelo atraso na evolução dos instintos, que deixa o sujeito preso a um estágio anterior e mais rudimentar de atividade instintiva.

c)       Aberração dos instintos – presença no sujeito, por uma patologia hereditária, de uma atividade instintiva de outras eras biológicas, que não devia se manifestar no ser humano atual

d)      Perversões – subversão de instintos naturais para finalidades não-naturais, como sexualidade desenfreada para mero prazer não-procriativo, ou acompanhada de violência e outras condutas.


e)      Degenerações – regresso do sujeito a etapas instintivas anteriores.

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