Conceitos Fundamentais da Metafísica - 1ª Parte. 12. A interpretação do tédio a partir do entediante. Os 3 esquemas básicos.



Para Heidegger, a interpretação do tédio, a fim de conquistar o acesso ao tédio mais profundo e esquivo, deve começar pelo mais próximo, pelo tédio mais aparente. Este é o que ocorre junto a alguma coisa entediante.

De saída, ele faz uma ressalva: não se trata de interpretar primeiro esta ou aqeula TA, mas de encetar uma noca compreensão do homem a partir dela. Sua compreensão nos dá a chance de apreender pela 1a vez o ser-aí do homem enquanto tal.

Para tanto, parte-se, no caso em questão, não da vivência anímica do tédio, como já foi dito, mas da determinação do que entedia – do entediante.

O entediante deixa brotar o entediar-se. Por estranho que pareça, hpa que se seguir a linguagem cotidiana que diz que "algo é entendiante".

Um livro mal escrito, mal apresentado e sem bom gosto: é entediante. Mas podemos não nos entediarmos diante dele, e fazê-lo, intrigantemente, diante de um livro bom.

O entediante, de início, é o que não nos oferede nada, nada diz ou nada tem a ver. Mas esta acepção tem referência subjetiva, que não esgota o caráter ontológico do entediante.

Mas, mesmo o entediante em si mesmo tem ligação com o sujeito – com seu uso e exigência. Todas as propriedades afinadoras, como sereno, triste (evento), divertido (jogo) têm tal referência ao sujeito, que é deriva de nós e é transposta às coisas: metáfora. São propriedades pertencentes ao objeto e retiradas do sujeito: este livro é triste, este livro é tedioso.

O entediante não causa tédio. Ele simplesmente aborrece em sua aridez: não nos deixa indiferente.. Estamos presentes, entregues, mas não tomados. Não nos prende – apenas nos sustém, diante dele. Nos detém e nos larga vazios.

A partir da Tonalidade Afetiva atingimos algo assim. Essência híbrida possui, pois, o tédio, bem como toda TA: em parte subjetivo, em parte objetivo.




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