As Razões de Aristóteles 31 - Terceira etapa da dialética Aristotélica

Interrogado o outro, seja o outro presente na situação intersubjetiva concreta, seja o outro virtual do discurso ouvido, lido ou rememorado, eis que a dialética aristotélica agora se encontra a pleno vapor. 

Os elementos fundamentais para o seu movimento já estão dados:

a      a) O ponto de partida, o problema formulado

b      b) O interlocutor escolhido, o ponto de vista diante do problema, indicará a direção da argumentação;

Com dois pontos, já se pode traçar uma linha reta. Esta pode ser um segmento, que liga os pontos e permanece entre eles; pode consistir numa semi-reta que parta de um e atravesse o outro; ou, ainda, pode se expandir como uma reta para além dois dois.

A argumentação dialética pode assumir qualquer uma das três formas, conforme o apuro despendido, a natureza da questão, a capacidade dos interlocutores, o conhecimento disponível, e conforme o acaso a sorte ou outras contingências inapreensíveis.

Em todo caso, pode-se ilustrar o início do percurso dialético como uma marcha regressiva, e não progressiva, uma vez que ele não marcha para as conclusões, como a demonstração, mas parte em busca das premissas.


O movimento dialético, em verdade, pode percorrer esta reta ou segmento em ambas as direções, indo e voltando a todo momento, reconsiderando e repetindo o olhar acerca tanto do problema inicial, quanto da opinião ou hipótese diretriz, em cotejo com outras propostas, com perguntas complementares, traçando todo tipo de trajetórias lineares, circulares, etc, com acerto ou erro, êxito ou fracasso. 

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