Interrogado
o outro, seja o outro presente na situação intersubjetiva concreta, seja o
outro virtual do discurso ouvido, lido ou rememorado, eis que a dialética
aristotélica agora se encontra a pleno vapor.
Os elementos fundamentais para o
seu movimento já estão dados:
a a) O
ponto de partida, o problema formulado
b b) O
interlocutor escolhido, o ponto de vista diante do problema, indicará a direção
da argumentação;
Com
dois pontos, já se pode traçar uma linha reta. Esta pode ser um segmento, que
liga os pontos e permanece entre eles; pode consistir numa semi-reta que parta
de um e atravesse o outro; ou, ainda, pode se expandir como uma reta para além
dois dois.
A
argumentação dialética pode assumir qualquer uma das três formas, conforme o
apuro despendido, a natureza da questão, a capacidade dos interlocutores, o
conhecimento disponível, e conforme o acaso a sorte ou outras contingências
inapreensíveis.
Em
todo caso, pode-se ilustrar o início do
percurso dialético como uma marcha regressiva, e não progressiva, uma vez que
ele não marcha para as conclusões, como a demonstração, mas parte em busca das
premissas.
O
movimento dialético, em verdade, pode percorrer esta reta ou segmento em ambas
as direções, indo e voltando a todo momento, reconsiderando e repetindo o olhar
acerca tanto do problema inicial, quanto da opinião ou hipótese diretriz, em
cotejo com outras propostas, com perguntas complementares, traçando todo tipo
de trajetórias lineares, circulares, etc, com acerto ou erro, êxito ou
fracasso.
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