Castelo Interior - Terceira Morada - O jovem rico, a secura do caminho. Humildade versus inquietação.

Que triste a vida neste desterro, com os inimigos sempre à porta! Melhor seria que o Senhor nos levasse. Mas Ele nos deixa aqui ou para a perdermos em seu Nome, ou para empregá-la em Seu serviço.

As almas da Terceira Morada são assaz desejosas de não Ofender a Deus.

Guardam-se até dos pecados veniais. Buscam o recolhimento, e amam a penitência.

Gastam bem o tempo e fazem obras de caridade.

São corretas no falar, vestir e cuidar da casa, quando a têm.

Lembram o jovem rico que queria seguir Jesus, e ao qual este perguntou se queria ser perfeito.

Para elas, a grante tentação é suportar a secura. Não têm mais as delícias do mundo, que já desprezaram. Mas ainda não têm as de Deus. E lhes dói ter que ter paciência para tanto.

Há que suportar o enfado, pois é falta de humildade supor que o Rei se deva mostrar quando queremos.

Ademais, esta terra é de desterro, e só na outra é que é possível uma união perfeita. A não ser para os santos que chegam às últimas moradas e nelas permanecem.

Não nos comparemos a tais homens e mulheres, estamos mui distante deles.

Não viremos as costas e O abandonemos, tristes, como o jovem rico que foi embora.

O Rei nos premiará à proporção do amor que lhe devotarmos. Amor real, por obras, não imaginado.

Quem dá tudo o que tem sempre julga que deu muito, mesmo que, como São Pedro, só tenha redes.

Há que perseverar nesta desnudez. Mas julgando-se servo inútil.

Cristo não nos fez outra coisa no mundo senão servir, e ainda lhe pedimos regalos?

Há que nisto ter humildade, e não inquietação, como o inimigo pretende.

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