Paulo e Estevão - Cap 1 - Corações Flagelados

Em 34 D.C., a cidade de Corinto, na província romana da Acaia, recebeu Licínio Minúcio como novo questor de César na região. Retornava após anos de afastamento, tendo antes atuado sem destaque na cidade. Agora, querendo enriquecer a todo custo.

Um ancião judeu, de nome Rochedeb, indo ao mercado, é agredido cruelmente por soldados romanos, indignados por ter ele passado cabisbaixo e taciturno, sem os saudar. Mudo e revoltado, segue pensando nos martírios de seu povo e nas promessas de Deus.

Anos antes, havia sido espoliado pelo mesmo Licínio, em falsas acusações e processos fraudulentos,  aos quais sua esposa não resistiu.

Ao chegar no mercado, vê aviso público de que o questor realizaria audiência pública para recolher demandas legais e as apreciar. Rara oportunidade, pois processos espontâneos no Fórum eram caros.

Pensou em pleitear indenização pela injustiça do passado.

No caminho pra casa, viu nova malta de soldados, e os saudou prudentemente. Mas desta vez, os soldados acharam impertinente e afrontosa a saudação, e o agrediram também, aumentando-lhe a revolta.

Ao chegar à casa, seus filhos Jeziel e Abigail viram-no ensaguentado e ouviram-lhe os relatos.

Comunicou a intenção aos filhos, que recomendaram prudência, sobretudo pelo caráter do questor. Mas ele insistiu em lutar contra a injustiça, afirmando ser seu dever enquanto seguidor de um Deus justo.

Jeziel insiste que os seus antepassados sofreram injustiças severas, cuja finalidade era fazê-los reconhecer a missão divina do seu povo. Mas o pai não se demove.

O filho pede então para consultar as Escrituras, que recomendam não rejeitar o corretivo do Senhor. O pai persiste ainda assim.

No dia seguinte, leva a queixa ao questor e aguarda por horas a decisão, que declara de propriedade de Licínio as terras nas quais habita e determina desocupação em 3 dias.

Ele protesta, mas é insultado pelo questor que ordena que lhe expulsem do recinto. Suplica piedade, em vão, e recebe dez bastonadas por isto.

Volta pra casa transtornado, e delibera vingança: incendeia as pastagens. Mas o fogo se alastrou incontrolável.

De volta ao lar, fica sabendo que o filho Jeziel partiu para ajudar a apagar as chamas na vizinhança. Aguarda o filho chegar, conta aos dois o resultado trágico da demanda, e é consolado. Então, confessa a vingança.

Jeziel lamenta, evocando as Escrituras. O velho retruca com os mandamentos, mas é corrigido novamente, e fica sabendo que escravos do questor foram feridos de morte.

Os filhos o chamam para orar. Ao final da prece, chega uma escolta com mandado de prisão para os três.

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