A Vontade de Saber - Primeira linha de ataque da política do sexo: a sexualização da criança

Primeira linha de ataque da política do sexo: a sexualização da criança

Para exercer uma biopolítica do sexo, é necessário atuar de maneira essencialmente reguladora. Isto faz parte da própria natureza do projeto normalizador. 

A punibilidade deve ser eventual, e o ideal é que ela não se exerça.

Para isto, porém, não bastará tentar regular o indivíduo já formado, o sujeito pronto, o adulto, com suas tendências desenvolvidas e hábitos adquiridos. É preciso agir na constituição do sujeito, na sua formação. 

E o lugar para tal atuação é, sem dúvida, a criança.

Havia, logo de início, que se evitar a sexualidade precoce. Manter a inocência infantil, a puerilidade, é algo essencial para evitar o que os séculos XVIII e XIX consideram um risco epidêmico: a degeneração da raça pela sexualidade desregrada, anormal, desregulada, totalmente desconectada com sua função procriativa.

Assim, entenda-se por sexualização da criança não o estímulo ao desenvolvimento sexual da criança, mas o contrário: a percepção do potencial sexual latente, e seu controle para eclosão retardada e em momento oportuno.


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