O castelo interior da alma, quando em pecado mortal, é a coisa mais escura e feia do mundo.
Nele está o Sol da vida, mas é como se não estivesse, pois não participa da luz divina.
As obras que faz são inúteis para sua glória e crescimento, pois não procedem daquele Princípio do qual vem toda virtude.
A alma em estado de graça é árvore à beira de rio de águas límpidas: dele se nutre.
A alma apartada de Deus é como árvore que lança raízes de águas sujas e fétidas: só produz frutos de igual teor.
A alma apartada não deixa de ser cristal e de ter o Sol no centro. Mas está envolta em pano escuro que não lhe deixa reluzir.
Os sentidos são os moradores da parte externa do Castelo. E as potências ou faculdades da alma são os mordomos, guardas e sentinelas.
Não é espantoso o mal cometido por uma alma em pecado mortal. Espantoso é o mal que ela deixa de fazer, em tal condição, por Misericórdia de Deus.
Duas dádivas nos vêm da compreensão disto: um temor enorme de contrariar a vontade de Deus, e um espelho de humildade, que mostra que todo o bem que fizermos não vem da árvore que somos, mas do ribeiro que a nutre lá atrás.
Destas duas dádivas brotam, respectivamente, um constante suplicar e um constante louvar a Deus.
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