Aqui, a luta do adversário é maior, porque mais fortes são as potências da alma. Pinta com mais cores os prazeres, os amigos, a família. E exagera os riscos da penitência, pois, neste estágio, a alma já começa a querer fazê-la.
A alma se angustia acerca de seguir adiante, ficar ou tornar à primeira sala.
Mas ela já tem forças na luta.
A razão lhe mostra o engano de dar valor a tais coisas menores em comparação com o Sumo Bem.
A fé lhe mostra o caminho, e se socorre da memória para mostrar aonde vão todas as pessoas gozadoras da vida, e como a morte levou a todas.
A vontade se inclina a amar aquele que concedeu tantas graças e a retribuir-lhe o amor.
O entendimento a confirma inexistir amigo melhor, pois os prazeres dão cuidados, contradições e trabalhos demais e o mundo está cheio de falsidades.
A alma então nota que não precisa adentrar moradas alheias, como o filho pródigo no exílio a disputar comida dos animais, pois em si possui tudo o de que necessita.
Mas a luta ainda é grande, pois as vaidades do mundo nos chamam por mil bocas e põem tudo a perder.
Convém buscar convívio de pessoas que estão nas mesmas moradas ou em outras mais avançadas.
Há que persistir, pois quando nota que somos capazes de perder a vida, o descanso e tudo o que ele pode oferecer, o inimigo desiste.
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