Um outro esclarecimento importantíssimo a respeito das
tonalidades afetivas diz respeito ao fato de que elas, além de não
poderem ser provocadas ativamente (ou seja, “agidas”), também
não podem ser coagidas.
Não se força alguém a despertar uma TA. O máximo
que se pode conseguir é obter estados psicológicos (pânico,
trauma, fobia, medo psicológico), que podem ou não estar
relacionados com a tonalidade afetiva fundamental (o medo, o temor, a
angústia, por exemplo).
Ademais, o mesmo estado psicológico pode consistir em
expressão de diferentes tonalidades afetivas, assim como um ponto
pode ser atravessado por infindáveis retas. A pressa pode acompanhar
o desespero mais feroz ou a alegria mais incontida.
Se não se pode coagir o outro, de igual sorte não se
pode coagir a si mesmo quanto a despertar ou afinar-se com uma TA.
Sem adentrar no mérito da autocontradição inerente à
impossibilidade de coagir a si mesmo, o fato é que também não se
pode pensar numa coação reflexiva de si a si (por exemplo, de uma
“parte” de nós a outra), pela mesma impossibilidade que atinge a
coação de outrem, como acima apontada.
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