Para Heidegger, a interpretação do tédio, a fim de conquistar o
acesso ao tédio mais profundo e esquivo, deve começar pelo mais
próximo, pelo tédio mais aparente. Este é o que ocorre junto a
alguma coisa entediante.
De saída, ele faz uma ressalva: não se trata de interpretar
primeiro esta ou aqeula TA, mas de encetar uma noca compreensão do
homem a partir dela. Sua compreensão nos dá a chance de apreender
pela 1a vez o ser-aí do homem enquanto tal.
Para tanto, parte-se, no caso em questão, não da vivência anímica
do tédio, como já foi dito, mas da determinação do que entedia –
do entediante.
O entediante deixa brotar o entediar-se. Por estranho que pareça,
hpa que se seguir a linguagem cotidiana que diz que "algo é
entendiante".
Um livro mal escrito, mal apresentado e sem bom gosto: é entediante.
Mas podemos não nos entediarmos diante dele, e fazê-lo,
intrigantemente, diante de um livro bom.
O entediante, de início, é o que não nos oferede nada, nada diz ou
nada tem a ver. Mas esta acepção tem referência subjetiva, que não
esgota o caráter ontológico do entediante.
Mas, mesmo o entediante em si mesmo tem ligação com o sujeito –
com seu uso e exigência. Todas as propriedades afinadoras, como
sereno, triste (evento), divertido (jogo) têm tal referência ao
sujeito, que é deriva de nós e é transposta às coisas: metáfora.
São propriedades pertencentes ao objeto e retiradas do sujeito: este
livro é triste, este livro é tedioso.
O entediante não causa tédio. Ele simplesmente aborrece em sua
aridez: não nos deixa indiferente.. Estamos presentes, entregues,
mas não tomados. Não nos prende – apenas nos sustém, diante
dele. Nos detém e nos larga vazios.
A partir da Tonalidade Afetiva atingimos algo assim. Essência
híbrida possui, pois, o tédio, bem como toda TA: em parte
subjetivo, em parte objetivo.
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