Segunda linha de ataque da
política do sexo: a histerização da mulher
Numa sociedade patriarcal, a
mulher é geralmente vista como lugar privilegiado do elemento social.
O homem,
em contrapartida, é visto como elemento social, como sujeito da esfera pública,
da sociedade política.
Ocorre que os fenômenos vitais
humanos, como em todas as espécies animais superiores, se dá ao nível familiar.
A reprodução, a nutrição e a sobrevivência são funções essencialmente
familiares, às quais o corpo político virá muito tardiamente corroborar mais ou
menos.
Assim, a regulação da conduta da
mulher se tornou, na sociedade normalizadora, um aspecto imprescindível tanto
da disciplina do corpo quanto da regulação da população.
Isto também se
haveria de manifestar no campo sexual: e se deu na forma da histerização.
A palavra histeria já
etimologicamente remete a histeros,
útero. Estudiosos chegaram até mesmo a rechaçar a proposta freudiana da
detecção da histeria em homens, em pleno século XX.
Antes disto, então, a etiologia e
a diagnose da histeria caminharam para uma analítica minuciosa de sintomas e
comportamentos da mulher, desde a mais tenra idade.
A higidez sexual da mulher
seria essencial para a saúde futura dos filhos que ela viesse a gerar, para a
solidez do núcleo familiar por ela integrado, e, por tabela, para a salvação da
sociedade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário