O Espírito e o Tempo - Capítulo 1 - Horizonte Tribal e Mediunismo Primitivo

  1. Horizonte tribal e mediunismo primitivo:
1.1.Mediunidade e espiritismo

a) Bozzano e a demonstração da origem mediúnica da religião (Contra Freud,que via nela um complexo de Édipo da Humanidade em busca de um Pai)

b) Fatos espíritas sempre houve; o espiritismo é uma interpretação racional (pós iluminista, só pôde surgir com o progresso da ciência)

c) Espiritismo não é sincretismo; um é fenômeno sociológico natural(uma fusão que o povo faz conscientemente ou não), outro doutrina sistematizada.

 1.2.  Origem sensorial da crença na sobrevivência

 Os antropólogos provaram que a crença na sobrevivência é universal

 Os polinésios admitiam uma força chamada de Mana ou Orenda, que impregna e imanta coisas, e que pode atuar nos homens. Esta descrição é abstrata demais para ser elaboração mental de um povo primitivo, e é idêntica ao ectoplasma das correntes parapsicológicas e espiritualistas modernas

Os polinésios consideravam três tipos de Mana: o retirado do cristal, da mente, e o do centro espiritual (que permitia ver o futuro, mover coisas distantes e fazer aparecer e sumir objetos). Eles também achavam possível acumular Mana. E eles prendiam espíritos inferiores para fazê-lo.

 Os antropólogos também provaram ser universal a crença na existência dos espíritos. Bozzano mostra que esta crença também vem dos fatos, pois os espíritos na polinésia usavam Mana. A visão antropomórfica de mundo dos primitivos não permitiria conceberem eles tal diversidade de coisas.

1.3.  Da litolatria ao politeísmo primitivo.

 A visão de mundo do primitivo é antropomórfica, e assume as formas vital, volitiva e depois anímica.

 Na forma vital, nasce o culto aos fenômenos naturais e a litolatria.

 Na transição surge a fitolatria

 Na fase volitiva surge a zoolatria.

 Só depois surge o animismo, e a projeção de homens deuses, o politeísmo.

 A própria continuidade do animismo nas elites atuais desfaz a teoria da projeção.

 Os críticos dizem que a Codificação surgiu da mesma forma que a Bíblia e o Corão; mas o processo foi controlado por Kardec de forma metódica.

1.4.  A interpretação de Spencer e a reformulação de Bozzano

 Spencer não era espírita, mas acreditava nas teorias da evolução de Comte e Darwin. Por isso, acreditava também na origem empírica das crenças, mas lhe faltava o conhecimento dos fatos espíritas.

 Para ele, o sonho, a sombra o reflexo na água, o eco da voz, davam ao homem a impressão de existir inteligências e vontades não vivas. Bozzano, seu discípulo, e adepto do espiritismo, completa a sua teoria; além do sonho comum, traz o premonitório; além da sombra e do reflexo, a vidência; além do eco, voz direta; além de Mana e Orenda, o ectoplasma. O homem não induzia, vivia os fatos.

 Os espíritos e os pesquisadores encarnados de hoje agem no cérebro para liberar ectoplasma, assim como faziam os polinésios; fazem suprimentos; estes ainda escolhiam os médiuns, evitavam o sol, entram na cabana e isolam o médium como os cientistas fazem nas cabines

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