O Caminho do Zen - Capítulo 4: Origem e Desenvolvimento do Zen

1. Os que sabem não falam, os que falam não sabem. 
1.1. Chih-chih, apontar diretamente. 
1.2. Tun Wu em chinês, ou satori em japonÊs, despertar imediato. 
1.3. Saraha: se a verdade esta clara, porque meditar? Se não está, estamos a medir trevas. 
2. Seng Chao e o paradoxo da quietude mental: a lenha não se converte em cinza, os planetas que giram não se movem, o passado não vai ao presente nem este àquele: tudo está quieto em si. 
3. A mente desperta responde sem calcular. 
4. O estilo do zen, aforismático e paradoxal, parece datar de Bodhidharma, como em seus diálogos com o imperador, acerca da divulgação do budismo, e com seu discípulo Hui-k’o que cortou o próprio braço. 
4.1. O assim chamado método zen segue o estilo destes diálogos de Bodhidharma, objetivando desafios mentais para compreensão instantânea, como certas classes de humor, que só despertam risos se não precisarem ser explicadas. 
5. É falsa a interpretação de que o koan comunica um princípio budista através de um símbolo. Ele transmite o ser-tal, a coisa mesma, pretende ser indicação direta. 
6. O satori não é a compreensão da resposta de uma charada. 
7. Hui-k’o: O sábio não se esforça/ o ignorante está sujeito a si mesmo. 
8. Hui-neng: não podeis purificar a mente; ela já é clara, como tudo que existe, não precisa ser polida como o espelho. Pensar em purificar-se é contaminar-se com a pureza.
9. O despertar é para mentes agudas; não se desperta passo a passo. Uma mente tal é como o espaço, que tudo passa sem deixar rastro. 
10. Hui-neng propõe contestarmos, a quem nos pergunta sobre algo, com o seu contrário - ser e não ser, sábio e tolo-, para que se descubra o caminho do meio. 
11. Huai-jang, polindo uma rocha até virar espelho, mostra ironicamente a um monge que não se torna Buda meditando sentando. 
12. Nai-chu’an: saber é interpretar mal, e não saber ignorância. O tao está além: para quê por o bem e o mal no céu vazio? 
13.. Pó-chang parece ter organizado a disciplina: dia sem trabalho, dia sem comida, a qual, diferente dos nossos monastérios, é de livre entrada e saída, e pode-se estacionar num degrau da ordem.
13.1. Respondeu uma vez: buscar a natureza de Buda é como buscar um boi montado num boi. 
14. O espírito zen não é aquele que se afeta ou jacta de sua naturalidade. Não busca fazer-se natural. 15. A expansão do zen, e os grandes monastérios, forçou certa adaptação dos mestres. 
15.1. Teve-se que criar tradições para evitar distorções mais graves. 
15.2. E, como no ocidente, teve-se que preparar uma educação convencional, uma formação do caráter, para jovens sem vocação para lá enviados, como os colégios internos e os de jesuítas. 
16. A grande solução do Zen para enrijecer-se sem tornar-se convencional ou falsificado, dado o grande número dos que pretendiam graus de mestre, foram os Koan. 
16.1. O inquirido deve demonstrar captar o sentido oculto deste, geralmente de forma intuitiva, para ser aceito. 
16.2. A escola soto taxa o koan de artificialidade, embora a escola rinzai o aprove, dizendo ser o satori (iluminação) proporcional à dúvida. 
16.3. A compreensão da resposta pode ser uma pergunta melhor formulada. 
17. A ida do budismo zen para o Japão, na época do ditador Yoritomo fez surgir o Tao do samurai ou bushido. Muitas escolas budistas se opuseram. Mas a idéia desta era a de que o verdadeiro despertar é libertação de todas as convenções, mesmo as morais, pois o budismo não reage a convenções, podendo realizar-se mesmo num país guerreiro. Daí ele se espalhou para todas as formas de vida japonesa.  

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