7
Questão: mas o eu empírico não é suficiente?
7,1
Necessita ser duplicado por um Eu transcendental, que, aliás, o reduz na
epochè?
8,
Consequências da resposta negativa a esta pergunta
8,1
O campo transcendental se torna impessoal, pré-pessoal, sem Eu
8,2
o Eu só aparece na humanidade do homem, como face ativa do eu (mim)
8,3
Que ele pode acompanhar as representações porque surge em meio a elas, e em
meio a um fundo de unidade que o possibilita (e não o contrário)
8,4
que se pode perguntar se a personalidade (mesmo a personalidade abstrata de um
Eu) deve acompanhar a consciência, ou se se pode admitir uma consciência
impessoal
9
Resposta de Husserl
9,1
Investigações lógicas: o Eu como uma produção sintética e transcendente da
consciência
9,2
Idéias para uma Fenomenologia: Eu transcendental como estrutura detrás das consciências,
e necessário a elas, cujas irradiações (Ichstrhal), alcançariam cada fenômeno
que se apresentasse no campo da atenção
9,3
Conclusão: A consciência transcendental se torna pessoal
10
Questionamento de Sartre
10,1
Isto é necessário? Isto condiz com a definição husserliana de consciência?
11,
Desnecessidade de a fenomenologia recorrer a um Eu unificador e
individualizante
11,1
A consciência, na fenomenologia, define-se pela intencionalidade
11,2
Por esta, ela se transcende e se unifica, na medida em que escapa de si própria
11,21
Exemplo: a unidade de mil consciências operatórias empíricas de uma mesma soma
é o objeto transcendente que a exprime. Sem ele, ter-se-ia que fazer a operação
a cada vez.
11,3
Não é o Eu que unifica: é o objeto que é transcendente em relação às
consciências que o apreendem. Elas se unificam nele.
11,4
Objeção: necessidade de, ao menos, uma unidade no fluxo contínuo da duração da
consciência nas diversas consciências sucessivas que tenho, para que isto
permita por o objeto transcendente fora deste fluxo, e referido a ele.
11,41
As consciências de fato, são sínteses perpétuas das consciências passadas e da
consciência presente.
11,42
Mas Husserl, nem quando estudou a consciência íntima do tempo, precisou
recorrer ao Eu. É a própria consciência que unifica, e concretamente, por um
jogo de intencionalidades transversais, que são retenções concretas e atuais de
consciências passadas
11,5
Portanto, a consciência remete perpetuamente a si mesma
11,6
E assim, quem diz uma consciência diz toda a consciência
11,7
Semelhança da consciência com a substância de Spinoza: não pode ser limitada
senão por ela própria
11,71
Logo, ela é uma totalidade sintética e individual distinta de outras
11,72
E o Eu lhe é expressão, e não condição desta incomunicabilidade e interioridade
das consciências
11,8
O Eu transcendental não tem razão de existir
11,9
Consequências funestas do Eu transcendental, se existisse:
11,91
Extirparia a consciência dela própria, a dividindo como uma lâmina opaca
11,92
Seria a morte da consciência
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