Uma
ressalva importante feita no estudo da lógica é a de que os argumentos terão
sempre caráter hipotético. Eles dependerão sempre da eventual
verdade ou falsidade das proposições constituintes.
Os logoi,
ou seja, os discursos, são tecidos de asserções a respeito de
coisas que podem vir a ser confirmadas ou infirmadas pela experiência
ou pela demonstração.
Kant1,
em particular, aproveitando as distinções elaboradas pelos
medievais, quis introduzir na lógica uma distinção entre o
possível, o real e o necessário, o que o permitiu sugerir uma
divisão entre silogismos disjuntivo, hipotético e categórico.
Tal
distinção não é impossível, nem falsa. Mas hoje é considerada
extralógica, ou, pelos menos, não apenas lógica. Afinal, sua
"lógica transcendental" é uma "mais do que lógica":
é lógica e ontologia, o que se vê pelo fato de serem
"possibilidade", "realidade"/"existência"
e "necessidade" categorias ontológicas, atinentes ao plano
do ser, e não do conhecer, tampouco do "dizer" (logos).
1
Ver na Crítica da Razão Pura a seção "Analitica dos
Conceitos", §9°.
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