Lógica produtiva x Lógica demonstrativa

Quando Aristóteles ergueu a sua grande máquina refutatória contra os argumentos sofísticos, ele via no seu Organon um instrumento para conhecer a verdade e debelar o erro. 

Ou seja, para além da função crítica da lógica, haveria um inegável elemento criativo, construtivo. 

Esta aspiração permeou muitos dos construtores de sistemas filosóficos, os quais também deixaram consignadas teorias lógicas destinadas a não apenas clarificar e organizar os argumentos verdadeiros, mas a descobrir a verdade.

A este respeito, Kant dividiu a lógica em formal e transcendental; Hegel elaborou uma "ciência da lógica" tendente a explicar a forma especial do pensamento especulativo, bem como o devir de seu objeto, do puro ser à Idéia absoluta; e mesmo Heidegger via na fenomenologia por ele reinterpretada, uma espécie de lógica produtiva, baseada não numa "fundamentação dedutiva", mas numa "exposição de-monstrativa das fundações1".


1Sobre isto, consultar Ser e Tempo, Capítulo I "Necessidade, estrutura e primado da questão do ser", §2° "A estrutura formal da questão do ser",   

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