Além de servir de condição transcendental (condição de possibilidade) do conhecimento sensível dos fenômenos espaciais, bem como do conhecimento puro da geometria (coisas que serão vistas na exposição transcendental), eis que o espaço em Kant possui algumas ''propriedades'' metafísicas importantes.
Primeiro, o espaço nos fornece a configuração dos objetos. Ele nos dá o perfil, a silhueta, o modo como os objetos nos aparecem na experiência - e não somente em relação á experiência visual, mas no atinente a todos os sentidos.
Em segundo lugar, o espaço contém grandeza. É, pois, mensurável quantitativamente. E, ao lado do tempo, constitui o que há de propriamente mensurável dos fenômenos.
Por fim, o espaço, juntamente com o tempo, fornece a possibilidade da relação entre os fenômenos. Na visão de Kant, o espaço permite a relação simultânea, ao passo que o tempo forneceria a sucessiva. Parece uma obviedade, mas não é: na leitura de Schopenhauer, por exemplo, a simultaneidade é espaço-temporal, é estar no mesmo espaço ao mesmo tempo.
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