O orfismo.não é a religião pública da epopéia grega e das artes
plásticas, mas a religião privada da escatologia (doutrina do destino ou do
juízo final) e soteriologia(doutrina da salvação), da tragédia e da música.
É a
religião dos aborígines pré-helenísticos, marcada pela esperança plebéia na
vida ultra terrena.
A religião pública dos gregos, alicerçada em elementos registrado nas cosmogonias de Homero e Hesíodo, é um naturalismo, com deuses
diferentes do homem apenas em grau, mas semelhantes em tudo o mais.
Na religião pública, a natureza
não pede a evolução interior, mas a continuidade, a imitação do modelo divino.
Já o orfismo afirma a queda da alma no corpo pela culpa originária.
Por isto, advoga a reencarnação
catártica como forma de retorno.
Neste contexto, a vida órfica aparece como meio de libertação; para os
puros há prêmios póstumos, para os impuros há castigos, o que eliminaria o
absurdo do gozo dos néscios e da dor dos justos.
Esta religião teve um destino singular. Os gregos não tiveram um livro
sagrado, nem uma casta para velar a religião
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