Para explicar este problema,
Foucault contesta as explicações tradicionais.
Primeiro, não é apenas o fato de
a psiquiatria, como saber recente, estar reclamando um campo de objetos a
tratar.
Também não é mera decorrência da dinâmica
interna do saber médico, tentando racionalizar a fronteira confusa da loucura e
do crime.
As razões estão no que tornou
importante a psiquiatria.
Para Foucault, com a sociedade
industrial, o corpo passa a ser realmente importante, para além da teoria. É preciso cuidar do corpo dos homens, agora
fator explícito de mão de obra.
Além disso, a explosão demográfica
torna a saúde dos corpos do povo um problema de saúde coletiva, de higiene
pública.
Ora, a psiquiatria aí se
inscreve, no horizonte positivista, como uma ciência do corpo. O enfermo mental
é um corpo doente. E a população com grandes casos de crimes é um corpo social
doente.
A loucura e o crime vicejam numa
sociedade doente, perigosa, com condições de vida inadequadas.
Nesta visão das
coisas, havia que cuidar e prevenir. Não basta punir com a pena. Há que
prevenir e tratar com a psiquiatria. Mas, pra isto, havia que conhecer.
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