Com o Renascimento, tem-se uma
cultura que preza o conhecimento, o desvendamento dos segredos do mundo e da
natureza, o gosto pela exploração e pela descoberta.
Esta cultura se marca pela reação
à cultura teocêntrica do período medieval, que buscava mais o esclarecimento e
aprofundamento do saber já existente, do que a criação de novos saberes.
Assim, num duplo movimento, o
período renascentista se volta para a Antiguidade grega e latina, mas também se
dirige para a Natureza. Ou seja, ela se move do presente para o passado, e do
céu para a terra.
Com isto, conhecer as coisas
deste mundo se torna necessário. Não se preocupam os homens, agora, tanto em
conhecer as coisas da alma, quanto sondar o corpo, a matéria e seus enigmas. Redescobre-se
a animalidade do homem, as entranhas da natureza.
Neste processo, o louco se
destaca. Nele, a animalidade salta mais aos olhos, ele parece mais conectado
com os segredos da terra, da natureza. Ele parece portador de sinais mais
claros desta pertença do homem ao mundo natural.
Por outro lado, mesmo no aspecto
espiritual, o louco também é portador de saber. Seu grande mal o aproxima do
demoníaco, do infernal – ele parece conhecer os segredos do temível mundo do
Mal.
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