O devir do pensamento e da
prática sociais em torno da loucura e do crime modificou o panorama descrito
anteriormente. A monomania homicida foi abandonada por outros tipos de
explicações genéticas, por uma patologia lastreada em fases e modos.
Com o advento da teoria da
Darwin, as explicações evolutivas ganharam força, não só no campo das
coletividades como dos indivíduos. Assim, em vez de explicar uma doença mental
como um quadro fixo, pode-se observá-la como um processo. E, em vez de a
enxergar como um mal superveniente, pode-se também apreciá-la, em certos casos,
como uma atrofia ou uma interrupção nocivas de um processo de desenvolvimento.
Assim, surgem teorias como:
a) Loucura
moral – doença específica que ataca o senso moral mas deixa inteligência e
outras faculdades mentais intactas;
b) Loucura
instintiva – doença marcada pelo atraso na evolução dos instintos, que deixa o
sujeito preso a um estágio anterior e mais rudimentar de atividade instintiva.
c) Aberração
dos instintos – presença no sujeito, por uma patologia hereditária, de uma
atividade instintiva de outras eras biológicas, que não devia se manifestar no
ser humano atual
d) Perversões
– subversão de instintos naturais para finalidades não-naturais, como
sexualidade desenfreada para mero prazer não-procriativo, ou acompanhada de violência
e outras condutas.
e) Degenerações
– regresso do sujeito a etapas instintivas anteriores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário