O tratamento psíquico não se dava
ao modo de uma técnica de aplicação de saberes curativos. Ao contrário,
requeria uma série de elementos que não se ligam a um discurso de verdade.
Primeiro, o médico não precisa
detectar causas de enfermidade. Não é um trabalho cognitivo.
Segundo, não se classifica o caso
em exame a um gênero de casos semelhantes. A figura concreta deste médico e
aquele paciente em especial estabelecem uma relação de força determinada.
Singular, portanto.
Terceiro, o objetivo do médico é
transplantar a relação de força para dentro da cabeça do paciente: entre a ideia
fixa que o domina e o temor do castigo que ele quer incutir no doente.
Quarto, o momento da emersão da
verdade, no qual o doente reconhece o erro de seu proceder ou pensar.
Com tudo isto, se percebe que a
intervenção médica está bem distinta da relação que hoje se pensa acerca do
diagnóstico investigativo e do tratamento técnico curativo.
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