(Link para a primeira parte do texto aqui: http://paragensfilosoficas.blogspot.com.br/2012/04/fe-e-razao-de-platao-agostinho-de.html )
Conclusão
Questões a respeito da existência de uma divindade onipotente, da eternidade ou origem temporal do universo ou da imortalidade ou futuro aniquilamento da individualidade pessoal sempre acossaram os homens de pensamento, em todos os quadrantes da aventura civilizatória. O exemplo dos quatro pensadores analisados, ao indicar o modo corajoso com o qual os mesmos a enfrentaram a tarefa, indica que a mesma pertence ao grupo daquelas perguntas fundamentais, sempre passíveis de novas respostas históricas – não porque sejam intrinsecamente insolúveis, mas porque o critério de solubilidade imediata e inequívoca é insuficiente para dar conta da força e da fecundidade das mesmas.
Questões a respeito da existência de uma divindade onipotente, da eternidade ou origem temporal do universo ou da imortalidade ou futuro aniquilamento da individualidade pessoal sempre acossaram os homens de pensamento, em todos os quadrantes da aventura civilizatória. O exemplo dos quatro pensadores analisados, ao indicar o modo corajoso com o qual os mesmos a enfrentaram a tarefa, indica que a mesma pertence ao grupo daquelas perguntas fundamentais, sempre passíveis de novas respostas históricas – não porque sejam intrinsecamente insolúveis, mas porque o critério de solubilidade imediata e inequívoca é insuficiente para dar conta da força e da fecundidade das mesmas.
A tentativa de aproximação esquemática
entre os filósofos citados, a partir das parêmias Platão-Agostinho e
Aristóteles-Aquino também poderia ser percorrida noutras direções: não só para
articular, por horizonte civilizatório, os dois helenos em face dos dois
cristãos, mas também pela aproximação transversal das notas comuns encontráveis
entre Platão e Aquino (o nous e
a fé), bem como entre Aristóteles e Agostinho (os limites do logos, no pensamento e na expressão: ratio et oratio).
Em todo caso, talvez seja chegado o
momento de uma revolução "einsteniana" no modo de estudar e pensar as
questões e as obras filosóficas. Para além do geocentrismo intelectual, pautado
na anamnese exclusiva de um único pensador, bem como do heliocentrismo recente,
pelo qual tudo se pretende pensar a partir da luz meridiana do sol da
"ciência", talvez seja o momento de aventurar-se um
"cosmocentrismo emancipador", no qual cada ponto do universo das
idéias pode se tornar sistema de referência para diálogos heurísticos com os
demais habitantes da galáxia filosófica. Platão, Aristóteles, Aquino,
Agostinho: para além das heterogeneidades, certamente há um núcleo temático
comum, um "referencial universal" aos quatro pensadores. E talvez o
haja entre todo e qualquer filósofo um fio contínuo a urdir a trama já
multimilenar do pensamento. Ir em busca dela é tarefa perene para os cultores
desta "Física do Pensamento", ou deste "Pensamento da Physis", chamado
Filosofia.
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