Ontologia: conceito, origem do termo e "certidão de nascimento"



         Ontologia, como o próprio nome permite entrever, é um logos do on, uma logia do ser. Apesar de o termo ter sido cunhado apenas no século XVIII, por Christian Wolff[1], o seu eixo temático perpassa toda a História da Filosofia. 

A rigor, já há um perguntar pelo ser em Anaximandro (“Tudo o que é, veio a ser, e vai deixar de ser”)[2], Parmênides[3] (“pensar e ser são um e o mesmo”), e  Heráclito[4] (“o ser não é mais que não ser”).

Todavia,  a ‘certidão de nascimento’ da Ontologia, ainda que com o nome de protè philosophie (Filosofia Primeira), se dá com Aristóteles, em seu conjunto de tratados que a tradição depois intitulou “Metafísica”, mais especialmente em seu livro quarto (Gama), que se dedica à “ciência do ser enquanto ser”[5].




[1] Ver, a respeito, HEIDEGGER, Martin. Ser e Verdade. Trad.: Emanuel Carneiro Leão. Petrópolis: Vozes, 2007.
[2] Consultar, ANAXIMANDRO, in:  Pré-Socráticos. Vários Tradutores. Seleção de Textos e supervisão: José Cavalcante de Souza. São Paluo: Nova Cultural, 2000, pp. 47-54.
[3] HEIDEGGER, Martin. Parmênides. Trad. Sérgio Mário Wryblevski. Bragança Paulista: Vozes, 2010, pp. 35 et SS.
[4] Sobre o tema, HERÁCLITO, in: Pré-Socráticos. Vários Tradutores. Seleção de Textos e supervisão: José Cavalcante de Souza. São Paluo: Nova Cultural, 2000, pp 82-117.
[5] ARISTÓTELES. Metafísica – texto grego com tradução ao lado, ensaio introdutório e comentários por Giovanni Reale. Trad. Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 2005, p. 131. 

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