Realismo em Hegel, idealismo em Marx? - Parte II (O papel da dialética em Hegel)

1.  Profecias Hegelianas

1.1.          O Papel do Movimento Dialético

         As obras de Hegel são conhecidas por sua ampla sistematicidade. Porém, em Hegel, a noção de sistema não deve ser vista como uma mera forma extrínseca ou metódica de organizar uma matéria, mas como expressão do próprio fenômeno em sua dinâmica interna. Há um sentido lógico-conceptual, por exemplo, na sucessão das figuras Família, Sociedade Civil e Estado, no conjunto da sua Filosofia do Direito. Este sentido lógico se chama Dialética.
Contudo, estas diferentes figuras (gestalts) não são expostas apenas no plano puramente abstrato: Hegel tem em vista realidades históricas concretas. Mais do que isto: o próprio desenrolar da trama histórica como ela se lhe apresenta (e, obviamente, como ele a interpreta). Assim, a Sociedade Civil é pensada tanto em termos da estrutura interna do movimento dialético do Espírito Objetivo, quanto em confronto com a aguda percepção de Hegel a respeito da Sociedade Moderna.

Neste panorama, salta aos olhos algumas agudas teses hegelianas que, a pretexto de descreverem logicamente os conceitos de Sociedade Civil e Estado, com referência e diálogo com a realidade de seu tempo, lograram antecipar configurações futuras destas duas realidades, com surpreendentes correspondências com o que hoje se verifica.

Parte III: 
http://paragensfilosoficas.blogspot.com.br/2013/09/realismo-em-hegel-idealismo-em-marx_18.html


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