No Prefácio à Primeira edição da CRP, Kant inicia apresentando o drama da Razão: se deparar com questões inevitáveis, porque cruciais e naturais à própria razão, mas insolúveis porque não passíveis de verificação na experiência – as questões da metafísica.
Dito isto, ele descreve como a razão chega a tais questões e a falsas respostas para elas. Menciona o descrédito da Metafísica em seu tempo, com a alegoria da rainha desprezada (defendida por dogmáticos, atacada por céticos), e faz um contraste com a fecundidade da Matemática e da Física a ele contemporâneas.
Em seguida, Kant relembra que os assuntos da Metafísica são da maior gravidade, de modo que não podem ser rejeitados sumariamente. Propõe, então, efetuar uma crítica das possibilidades de conhecimento da razão, para dar conta de decidir se é possível ou não tratar de questões metafísicas através da razão pura (já que o binômio ‘razão mais experiência’ não cabe para além da experiência).
Em face disto, Kant defende, então, que a metafísica nada mais é que um inventário dos conhecimentos e conceitos puros da razão, e não uma doutrina das coisas supra-sensíveis, uma espécie de abóbada arquitetônica do conhecimento empírico. E afirma que demonstrará esta tese ao longo da obra.
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