O prefácio da Segunda Edição da Crítica da Razão Pura se movimenta num sentido diferente do primeiro. Ele não aborda a frustração da metafísica, mas o sucesso das outras ciências que para ela devem servir de modelo.
Nele, Kant inicia pela Lógica que, para ele, pouco haveria mudado desde Aristóteles, alertando que as tentativas de incluir assuntos espúrios (como estilística e psicologia) a desfigurariam, ponderando que as ciências desmoronam quando se confunde os limites entre elas.
Kant recorda, ainda, que a Lógica é um repertório de formas de pensamento puro, ainda não referida a qualquer objeto. Mas ressalva que há duas ciências cujos objetos podem ser determinados a priori pela razão: matemática e física, e assevera que aí reside a causa do seu florescimento retumbante no seu século e no precedente, citando, quanto à física, os exemplos de Galileu e Torricelli.
Dito isto, Kant aborda, uma vez mais, o fracasso da Metafísica e sugere que os metafísicos pratiquem revolução semelhante à que Copérnico efetuou na observação dos astros. Aduz que, se isso for feito, a Metafísica chegará à antecipação de vários conhecimentos pela explicitação das virtualidades conceptuais da razão pura, mas que, para tanto, pagará o preço de adstringir-se ao plano da experiência possível, e cumprirá a exigência de inventariar completamente os conceitos puros da razão.
Para comprovar o que afirmou, ele aponta exemplos da Estética e da Analítica Transcendentais como provas de suas alegações. Impugna a aplicação da Razão Pura na tentativa de afirmações empíricas sobre a Moral, pautada na liberdade e não na causalidade, pois só esta é experimentável.
Por fim, Kant defende a possibilidade de uma Metafísica sistemática enquanto árvore de conceitos puros referidos à experiência. E distingue, finalmente, a metafísica crítica da velha dogmática, ainda vigente em seu tempo.
2 comentários:
muito bom o resumo, me ajudou bastante. Obrigada!
muito bom
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