do feroz tempo arrasta, alta e inclemente,
mas que resistem a ir-se, simplesmente,
da alma que as sente, ainda que a paisagem
da viagem já esteja diferente.
Estas horas não passam como a aragem
ou o orvalho, que cedem, já não agem,
quando a Aurora arrebenta à tua frente,
mas como o outono triste, que a folhagem
deixa ao chão, mas como o estio ardente
que racha o solo, ou o inverno em sua friagem.
A dor que eu sinto é a dor do asfalto quente
que guarda em si as marcas da frenagem,
do que se foi e ainda está presente.
Thiago El-Chami
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