Não é que ser me canse; é que ser eu,
o ser-somente-eu, é um só ser-isto,
isto que ainda e sempre em ser insisto,
como o que, além de Deus, também é ateu
de todo haver ser outro. E, neste misto
de descrença e cansaço, qual Zaqueu,
tento subir ao alto do ser-meu
pra de lá ver meu outro eu, o Cristo
do qual Judas me sou. E então desisto:
como deixar de ser-me o fariseu,
cujo ser é fingir? Será que, nisto,
o caminho é ser como o cireneu,
que, ao levar do Outro a cruz, e ao tê-Lo visto,
nela, e nEle, morreu e então viveu?
Thiago El-Chami
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