Coqueiro, ao ver que a brisa te balança,
Súbito, uma grande dúvida em mim arde:
Estás a despedir-se desta tarde?
Estás saudando à noite que ora avança?
Meu ser segue o compasso da tua dança
Rumo ao segredo, em ti, que assim se guarde:
É o Ser, que ao Tempo pede: "mestre, aguarde!"
É o Tempo, que ao Ser manda: "anda, criança!"
Somos, tu e eu, fios duplos desta trança
Em ti e em mim, uma parte diz: saudade!
Em ti e em mim, outra responde: esperança!
Ser e Tempo: os dois gumes desta lança
Num e noutro: A Idéia e a Realidade
Num e noutro: a Eternidade e a Mudança
Thiago El-Chami
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