Choque das nuvens negras do passado,
De águas que não curaram sede ou terra,
A angústia é um temporal que se descerra
Sobre a nau de um presente acovardado
Raios, ondas e ventos, lado a lado
Tudo diz, ao marujo que se aterra
Que a sua nau, na intempérie, oscila e erra
Por ter ido a alto-mar no instante errado
Mas, como há de antever a tempestade
Quem, na manhã do tempo, e em pleno estio
Não olhar para o céu, para o horizonte?
E como há de sabê-lo, ao fim da tarde
Quem se deixar, na vida, ir pelo rio
Rumo ao mar, sem buscar no alto a fonte?
Thiago El-Chami
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