Ora, direis: "Ouvir Bilac? Certo,
perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
que, para ouvir-lhe o plácido acalanto,
da noite em prosa muita vez desperto.
E ouço-lhe, do 'Via Láctea', o estro aberto:
verso urdido sem quebra, e sem quebranto.
E ao vir do sol, soneto igual, em pranto,
junto aos pósteros busco, em vão decerto.
E a última flor do lácio, a rosa ibérica,
que se fez fruto opimo em sulamérica
já não mais tão inculta, e inda mais bela,
clama, ao lado da Musa, em triste azo:
"ouçam à estrela muda do Parnaso,
que ouvir Bilac, sim, é ouvir estrelas!''
Thiago El-Chami
Nenhum comentário:
Postar um comentário