Toca a tua sanfona, forrozeiro,
que a sanfona é a alma do Nordeste!
Puxa o fole até o fim, cabra da peste,
e o faz chorar depois, que sanfoneiro
é qualquer coração que ainda preste!
Pois, ao fazer arfar o peito inteiro,
a indagar o misterioso paradeiro,
de um amor que a saudade em versos veste,
ele o aperta bem forte e bem ligeiro,
e o faz suspirar, em canto agreste,
que o Sertão, ao ser tão, é tão certeiro
quanto uma Seca na qual nada mais reste
porque em nada mais resta dela o cheiro:
toca, que o xote é o amor ainda prestes!
(Xote da Saudade - Thiago El-Chami)
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