Berti - As Razões de Aristóteles (Resumo) Cap 4 - O método da Fil Prática - Parte 2: O procedimento diaporético

O procedimento diaporético

1. Se a intenção tipológica é o tipo de conhecimento, o caminho da filosofia prática é o procedimento diaporético.
2. Ari parte das opiniões mais difundidas. Elas não são os endoxa, que são as premissas que as examinam, enquanto estas são o que se procura refutar no silogismo dialético.
3. Não diverge de física e metafísica, inda que lá se expusesse todas as doxas do problema. Importa aqui não o número exaustivo, que não altera a validez do exame, mas envolver todas as soluções possíveis. Por isto, criar alternativas entre proposições reciprocamente contraditórias, nas quais caibam todas as doxa, sem que se examine uma a uma.
4. Aristóteles alia aos dois modos fundamentais da descoberta do princípio, de baixo ou das conclusões para cima (física), ou de cima ou premissas, a 3ª, a partir das coisas ditas, das doxa. Todas que concordem podem ser verdadeiras ao mesmo tempo, as que discordem não.  A discórdia é signo, não necessário, e sim suficiente, da falsidade, ao passo que a concórdia é necessário, mas não suficiente, da verdade.
5. Desenvolver as aporias até suas últimas conseqüências, e confrontar as doxa com as endoxa. A aporia só encontra a solução (lysis) quando se descobre (éuresis) a verdade. Os endoxas não são opiniões de autoridades, mas premissas geralmente aceitas.
6. Posições ante a dialética
6.1. Liberais ingleses: falta de cientificidade da filosofia prática.
6.2. Neo aristotélicos conservadores alemães, Heintis e Bion: cientificidade inferior Às teoréticas.
6.3. Católica, Helmuth Kuhn: arte do verossímil na acepção subjetiva (o que parece a alguém), ciência do provável portanto a FP dada a contingência de seu ob, mas com alta probabilidade.
6.4. Hegelianos: Poggeler, não verossimilhança subjetiva, mas ainda introdutória à ciência.
6.5. Kantiano, Hoffe:  não exterior à ciência, mas momento heurístico, inventivo, na fp, na física e na metafísica, sendo o apoditico o momento expositivo e didático.
6.6. O que marca a fp não é nem o método dialético nem a intenção tipológica, mas a união, que torna aquele ainda mais adequado 

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