Berti - As Razões de Aristóteles (Resumo) Cap 3: O Método da Metafísica - Parte 3: A Demonstração elenktica

A demonstração elenktica

1. A virtude da inteligência tem por oposto a ignorancia. Mas a filosófica é vitória sobre o falso, ou seja, não espontânea, não intuitiva, como as demonstrações matemáticas.
2. A demonstração da não-contradição não é direta, pois que esta é a condição mesma de toda demonstração. Assim, se faz por refutação.
2.1. Quem nega a não contradição se contradiz ao falar
2.2. É impossível refuta-lo
3. Não é demonstração tradicional, como a matemática, pois ela pressupõe os princípios e aquela acabaria em petição de princípio, pressupondo o que pretende demonstrar. O erro lógico de quem nega demonstra o princípio.
4. Enquanto na demonstração pura pode se estar só, na prova da petição de princípio, é preciso estar diante da tese oposta. Mas a demonstração do princípio vai além da refutação.
5. Não é preciso que o oponente emita juízo (afirmação ou negação), baste que signifique: novamente semântico como método. Neste caso, a enunciação de um termo implica a consideração de seu oposto.
6.Não é ainda redução ao absurdo ou à contradição, pois esta requer admissão da não contradição. É exemplo máximo da dialética.
7. Alia-se a isto o argumento pragmático: eles vão a Megara.
8. A demonstração do terceiro excluído já pressupõe a não-contradição. Numa dela, aristóteles opõe duas negações contrárias do terceiro excluído, e assim demonstra-o por refutação. São “as enunciações de sentido único sobre todas as coisas” “Todas as proposições são verdadeiras”, que nega a contradição, e “todas as proposições são falsas, que nega o terceiro excluído”.
8.1. Para significar verdadeiro e falso há que opô-los.
8.2. Elas se auto-destroem. Afirmam a verdade do seu oposto ou negam sua própria verdade, mesmo o que ressalva apenas a falsidade do seu posto ou  a verdade do seu.
8.21. Regresso ao infinito. Refutação do absoluto dogmatismo e do absoluto ceticismo. Berti exclui Aristóteles de censura de Hegidegger, pois ele não reduz verdade è verdade proposicional. E prova mostrando que ele as aplica a duas teses metafísicas opostas, isto é ‘tudo move’ ‘tudo repousa’, heraclitismo e eleatismo, reivindicando contra este a existência mundana, e reduzindo aquele – o mobilismo – ao ceticismo, em termos modernis, o historicismo ao relativismo.
9. Trata-se de uma refutação de dois contrários pela contradição a ambos.
10. As conclusões metafísicas que negam as enunciações universais implicam algo em repouso (ato puro) e algo em movimento (céu eterno girando sobre si). Acaba-se em uma metafísica do transcendente.

11. Tais argumentos usam apenas NC e te para conclusões metafísicas. Mas kant incorre na memória que critica em suas antinomias. Aifrma a verdade da contraditória e de dois contrários, afirmando, inclusive, que não são contraditórias, pois pressupõem algo em comum. Logo, o uso dialético da refutação, como reprova kant, não é feito por aristóteles, mas por zenão. 

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