- HORIZONTE AGRÍCOLA: ANIMISMO E CULTO DOS ANCESTRAIS
1.1 A
racionalização anímica.
v
O aumento da população e progressos como a
domesticação de animais aprofundam a crença numa personalização que envolve a
natureza: Terra mãe e Céu-pai, com a exceção do Egito.
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Os materialistas dizem que o homem humaniza para
tornar o mundo racional, mas esta racionalização vem da experiência. Os povos
conhecem os espíritos, e depois passam a elaborar inconscientemente seus mitos,
que são deturpações da história. Do contato e do culto aos ancestrais, passa-se
a atribui-los funções (deuses lares, manes, deuses locais)
1.2. O
exemplo egípcio.
v
No Egito há deuses cósmicos e familiares:
Osíris, Ísis e Hórus; Imhotep, Amenhotep, Bês. Imhotep, médico de Amenófis III,
da 18a dinastia, começou como ancestral da família real, passa a
entidade terapêutica, e chega a deus-cósmico. Entretanto, Bês continuou como
entidade auxiliar.
v
Os egípcios se mantiveram zoólatras: o
escaravelho dos amuletos, o boi em Mênfis, o Íbis no Nilo, o crocodilo em
Tebas, e do bode de Mendes no delta. A deusa Háter, igual e Ceres e Démeter,
ora tem orelhas de vaca, ora chifres, bucrânio, e/ou com sistro. Hórus como
falcão.
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A humanização dos deuses leva à hierarquização
familiar, cuja forma é a tríade
1.3. Os
mitos agrários
1.31. O mito
da ressureição.
v
Quando os cristãos proclamam a ressureição de
Cristo, os estudiosos sorriem com Osíris. Este aparace em forma de trigo e em
forma fluvial. Ali, renasce como semente; aqui, como água que renova a terra
estéril, pelos ritos de Ísis.
v
A semelhança de Cristo com Osíris é dupla: a
exigência de rito agrário para a salvação e para a ressureição. Além disso,
Cristo supera os deuses romanos assim como Osíris supera os egípcios.
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O mito agrário nasce da analogia entre o
ressurgimento do homem como espírito pelo mediunismo, com a ressureição do
vegetal.
1.32. O mito da Virgem.
v
A mãe, nas mitologias, é a terra, que não se
macula após o parto. Fecundada pelo céu, ela traz o messias, o deus-solar, que
traz a luz, o sol e a vida após o inverno. Além disso, virgem é a primeira
constelação que aparece após o solistício de inverno. Dela nasce o sol e
continua virgem. Da messe, o messias.
1.33. O mistério do pão e do vinho.
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O pão representa Démeter, a Terra, mãe dos
cereais. O vinho é Baco ou Dionísio, da Alegria, vida, espírito. Comer o pão e
beber o vinho é fecundar a terra pela água, a matéria pelo espírito.
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Os hebreus, ainda no horizonte agrícola,
chegaram a Canaã e acharam uma civilização no Horizonte agrícola, de pastores,
que já adquirira o animismo.
1.34. Jeová, deus agrário.
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Jeová representa o conflito entre tribal e o
universal, o familiar e o mitológico, o lar e o popular. Como deus tribal
protege Israel, como universal quer estender suas leis. Como deus familiar é o
de Abraão, Isac e Jacó, pastores, e como popular, dos descendentes. Como
deus-lar, falava a Terá e Abraão em Ur, à revelia dos deuses caldeus; e como
mitológico, declara “Eu sou o que Sou”.
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O sincretismo que estava nas orelhas de Hátor
está na matança de Jeová; protege um povo, e se não exige sacrifícios humanos,
quer animais e vegetais. Suas narinas, como Moloc, aspira o fumo dos
sacrifícios. No templo de Jerusalém, como na Grécia, havia o local do
sacrifício sangrento. Assim como Pitágoras, vegetariano, dava vegetais a Apolo,
os hebreus também podiam oferecer a colheita.
v
Dos sacrifícios humanos passou-se aos animais,
depois aos vegetais, depois aos cilícios, às penitências, até os simples ritos.
Muito haverá até o homem dar-se como Hóstia, a adorar em espírito e em verdade.
Mas Jeová já dizia: Misericórdia, não sacrifício. O Deus do Antigo e do novo
Testamento são o mesmo, diferido pelos horizontes. O Horizonte civilizado ainda
tem signos agrários.
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