1.
O caráter convencional do conhecimento no ocidente, tanto
a nível do significante quanto do significado;
a) arbitrariedade relativa da distinção entre atos e coisas, em oposição do caráter processual das entidades da língua chinesa.
b)
A convencionalidade dos papéis sociais.
c)
A convenção do eu mesmo, ego, como feito não só do atual, mas da
história arbitrariamente contada e recordada; nós cremos que aquele
é fluido, enquanto esta é definitiva; o que foi é minha única
certeza, base para saber o que serei.
1.1. Todas as convenções são necessariamente abstratas, representativas, e isto atinge até aos ideogramas chineses, pois a representação é seletiva, ao contrário da vida que é integradora. Aquela se parece com a visão central, e esta com a periférica, ocasional, pois não atentamos para cada respiração.
1.2. A complexidade é efeito do percipiente, como seria para nós uma sala vista com um filete de luz. A língua chinesa, embora também linear, é mais periférica, imagética.
2. O
Ocidental acredita que aquilo que não pode ser representado,
comunicado, não pode ser conhecido. Só se baila porque é possível
diagramar a dança, notar a música. Para o oriental, isto são
recordos, pois se aprende imitando, captando com a mente
periférica, e não unindo seleções como a visão linear.
3.
O confucionsimo cuidou milenarmente do lado convencional, ao passo
que o taoísmo do espontâneo, de sua retomada no homem regrado.
3.1. Ele não é revolucionário, pois não despreza as convenções, e sim aprende a não se enganar com elas, aprendendo, conseqüentemente a usá-las de modo tendente à perfeição.
4.
O ocidente se ressente da falta de um taoísmo, pois identificou
Deus-Absoluto com a Ordem moral, e pois, com a lógica ou convenção
e não com o espontâneo. isto é trágico porque acumula autoridade
e desperta reação contra tradições e instituições, gerando
conflitos e culpas que culminam na negação do Absoluto, o qual é
substituído pelo Estado Absoluto, pior pois que não pode perdoar, e
desconhece o que é exterior à sua jurisdição.
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