CAPÍTULO 1 – O VÉU DE ÍSIS
1. Embora os positivistas dêem mais valor ao método
indutivo aristotélico, a ciência é platônica em suas raízes geométricas e
matemáticas. 2. As antigas tradições, de Platão a tribos primitivas, falam de
uma raça de ouro, cujo corpo mais diáfano e mais potente espiritualmente foi se
adensando com a estagnação moral do homem: o Popal Vuh, publicado por Brasseur
de Boubourg, Filon o Judeu; o evangelho gnóstico de San Juan diz que quem
praticar a doutrina oculta de Jesus torna-se filho de Deis, pois ‘somos
deuses,. A mesma tradição em kalmucos e outros siberianos.
2. A ciência atual
não invalida o saber antigo, assim como o primitivismo antigo não invalida o
terem existido raças avançadas. Se arqueólogos do futuro encontrassem dos
tempos atuais apenas utensílios indígenas, poderiam dizer que o Século XIX
ainda pertence à idade da pedra?
3. A metafísica platônica tem sólida base
matemática, e o cabalista Magicon desdenha da matemática atual, cuja solidez é
dependente do convencionalismo.
3.1.Os cientistas de hoje privilegiam a indução
aristotélica, e há quem lamente que místicos como Plotino e Amônio Sacas tenham
imperado sobre os geômetras, esquecendo que esta ciência é também dedutiva e
sintética.
3.2. A cosmologia numérica que Pitágoras aprendeu dos hierofantes
egípcios é a única a conciliar matéria e espírito, demonstrando um a partir
doutro. E explica a irradiação e o ciclo das emanações, e prova que o inferior
surge do superior, evolui por si e atinge um ponto de conversão, no qual é
reabsorvido no infinito. Isto explica a aparente involução do homem,e a
concilia com a fisiologia: nós estamos saindo do arco inferior do círculo, e os
povos anteriores a Pitágoras estavam no ponto mais alto, conforme este aprendeu
do sidônio Mochus.
4. Os comentadores de Platão desprezam sua doutrina, e ficam
aturdidos quando ele alude a doutrinas esotéricas. Por exemplo, onde este diz:
“do canto à ordem a sexta raça fecha”, estudiosos traduzem por “o homem é o
último ser criado”.
4.1. Outros dizem que o antigos não conheciam o “ex nihilo
nihilo fit”(do nada, nada vem), e que o sua afirmação da indestrutibilidade da
matéria provinha não da experiência, mas da indução e da analogia. Mas se deve
lembrar que estudo da matéria era público,
e do espírito secreto, porém, ambos se harmonizavam pela idéia de Uno no
Múltiplo. e se fosse levada mais a sério a metempsicose, ver-se-ia que ela
corresponde à indestrutibilidade, pois ambas são aplicações da eternidade ao
espírito e à matéria., também presente nos Vedas.
5. Os hindus, 2000 anos antes
de Cristo, já conheciam a esfericidade e a translação da Terra, e a filologia
prova que eles eram muito superiores aos já avançados chineses.
6. E foi o
Caldeu Sosígenes quem corrigiu o calendário à época de César.
7. Os gregos já diferenciavam a alma astral,
perecível, e o augôeidos, o deus imperecível ou corpo causal.
8. Os antigos
também sabiam sobre a alma dos animais. O Gênesis I, 17, alude a “todos os que
se arrastam pelo solo e de alma vivente”, que se traduziu por ‘aonde há vida’.
Onde fala-se do Sol, troca-se por Deus.
8.1. Os cientistas, em vez de deduzir o
efeito da causa, induzem a causa do efeito, mas, por se guiarem pela matéria,
perdem o fio da meada e param ante o ignoto. Platão, ao contrário, via nas
formas inferiores imagens dos abstratos princípios superiores, sendo aritmético
o da alma, e geométrico o do corpo, reflexos do arquétipo universal semovente
que cria o cosmo.
9. A própria magia é
exemplo eloqüente da sabedoria. Uma farsa não poderia durar tanto tempo. Além
disso, verificou-se impossível fixar local e tempo de sua origem, o que prova
que ela é prática que sempre acompanhou o homem. Donde se infere sua realidade.
9.1. Livros secretos descobertos em
épocas posteriores foram queimados pelos dirigentes, pois para eles
significavam a participação nos poderes da divindade.
10. E havia, ainda, a
previsão de ciclos planetários e civilizatórios, conforme relação dadas a
priori entre estes e os grandes ciclos astronômicos e astrológicos, sobretudo o
Manvantara, de 4.320.000.000 anos solares ou 2.000.000. de signos.
11. O
próprio mito das idades(de ouro, prata e ferro) representa uma lei de Hermes: o
que foi, será. A uma época de criação segue-se outra de crítica e análise, e
cada protagonista da história teve seu equivalente pregresso.
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